domingo, novembro 22, 2009

Amor Universal_4. Por fim

Ora bem, disseram que eu estava a ter um discurso dual, levado pela razão e não pela emoção. Não que me ofenda com isso, de maneira nenhuma. Respeito opiniões, pontos de vista, modos de ver o mundo diferente dos meus. A razão e emoção completam-se nas nossas encruzilhadas, caso contrário as opções seriam sempre dificultadas.



Respeito a tolerância, o livre-arbítrio. Não vejo os nossos caminhos como pré-traçados. Isso faz-me recordar as tragédias gregas, nas quais as personagens nada podiam fazer para escapar ao seu destino, por mais cruel que ele fosse.

Todos temos direito à opção entre o yin e o yang, princípios que equilibram o mundo energético, espiritual e material, ainda que devêssemos estar em perfeita harmonia entre um e outro. E sim, existindo o amor, também existe o ódio, seu irmão. E sim, existindo luz, também existem as trevas. Não as encaro é como a maior parte. Não acredito no inferno, nem em terras de demo para onde são levados os impuros. O inferno corresponde à roda da vida, às sucessivas reencarnações para atingirmos a limpeza Kármica, a iluminação.

Nesse caminho, o Amor Universal acompanha-nos, auxilia-nos. A força da compaixão não nos abandona, dando-nos as oportunidades que precisamos. Por isso, não acredito na exclusão de uns para benefício de outros. Na permanência dos "iluminados", isto é que atingiram o nirvana, e na transmutação de planeta de outros, ou outra coisa semelhante. Todos temos direito, todos mercemos respeito e cada forma de vida merece. Uns levarão mais tempo a atingir a iluminação, outros menos. Uns terão mais dificuldade daqui a uns anos, outros não.

Não é o discurso do medo. Medo de não atingir a plenitude a tempo. Como disse não tenho medo da luz. Se Miguel, o Arcanjo, aparecesse na minha frente e por não aguentar as suas ondas vibratórias de luz eu tivesse de morrer, por que razão morrer com medo. Morreria abençoado. No entanto, acredito que se ele aparecesse à minha fente não me quereria morto. Por que razão se manifestar então?

De qualquer modo, encaro com tranquilidade o que há para vir. O futuro só daqui a segundos o conhecerei, por que razão devo pautar a minha vida por aquilo que pode vir a acontecer? Não será isso viver num medo constante do que nos reserva a vida e as nossas escolhas?

São modos de ver a Luz, a energia cósmica, o Amor Universal. São modos diferentes de a encarar, a Luz permanece a mesma. Qual a mais acertada? Não sei. Apenas sigo o meu caminho. Não pretendo guerra de credos. Já existem suficientes credos que olhando para a mesma Luz condenam aquele que não olha exactamente do mesmo lado e com os mesmos olhos. Excluem os que não seguem, os que não se iluminam. Ninguém pode afirmar que está certo ou errado, nem procurar impor as suas escolhas a outros ou acusá-los de factos que o ultrapassam ao invés de lhe mostar modos de acção.

Caminhos diferentes de iluminação, modos diferentes de transmissão, acompanhamento diferente dos outros seres deste planeta. Mas ambos caminham para a luz, ambos seguem caminhos espirituais e, por isso, ambos são em certa medida swamis.

Porém uma certeza tenho: a filosofia do Samadhi que me foi dada a conhecer não se compadece com a minha forma de vida, com a minha maneira de encarar a Luz, a relação com os outros. Não condeno quem acredite. Respeito. É o mínimo que posso pedir.




2 comentários:

Viktor disse...

Olá Joaquim,
Interessante o teu texto.
Quando houver oportunidade gostava de tomar um café contigo e falar-mos um pouco, assim quando puderes diz qualquer coisa.
Um abraço.
Saudações Reikianas
NAMASTÊ

Luis Ferreira disse...

Eis o blog renovado e de grande construção, sempre acompanhado de interessantes textos.

Gostei do que vi e por isso estás de parabéns

Um abraço
Luis