sábado, outubro 11, 2008
Casamentos...
Vivemos ontem mais uma situação fracturante da sociedade portuguesa, que reflectiu a meu ver falta de coragem democrática e de amor incondicional ao próximo.
Como refere Robert P. George (filósofo inglês) na sua obra Choque de ortodoxias, no seguimento do pensamento de Pierre Bourdieu diria, as regras sociais dominantes extrapulam as suas próprias conclusões, impõem modos de pensar e de agir, valores e modos de vida.
Confunde-se valores morais religiosos católicos com valores morais sociais, que não contradizem os primeiros, apenas estão mais adaptados a uma realidade mais plural.
E assim, numa mostra de falta de sentido democrático, a bancada do PS impôs disciplina de voto e chumbou as propostas de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. E é caso para perguntar, como o faz Luís Francisco no último Sexta (n.º 46 de 10/10/2008, p. 6):
"Se duas pessoas querem assumir um compromisso uma com a outra que direitos tem o Estado de intervir? O Estado proíbe duas pessoas com doenças hereditárias de se casarem, pensando no risco acrescido de descendentes com problemas de saúde? O Estado desincentiva a natalidade entre pessoas de fracos rendimentos a pensar nos encargos com os apoios às famílias desfavorecidas?"
Que eu saiba não!
Por outro lado, as uniões de facto, pelo que soube, não resolveram os problemas de casais homossexuais, continuando à margem da lei em inúmeras situações quanto às Leis do Trabalho, Saúde, Família e Fiscal. Não querendo ser demasiado ousado, António Guterres não cobriu vazios legais que existiam noutros países como a França.
Em minha opinião, não se deve confundir casamento religioso com casamento civil, algo que os políticos e opinion makers têm veículado e que a igreja católica (principalmente) tem aproveitado. Se um casal de sexo diferente quer assumir um compromisso apenas no civil pode fazê-lo. Serão as suas opções religiosas, entre outras, que o permitem e os levam a optar por esse caminho. Caso sejam religiosos, ou por gostarem da festa (como acontece nalguns casos, não percebendo o valor real da cerimónia), podem fazÊ-lo na Igreja, Mais uma vesz por opção.
Pois a um sector da sociedade portuguesa, apesar da Constituição a obrigar a isso, e, em minha opinião, o Amor Incondicional que devemos ter por todos os seres vivos independentemente da cor, raça, credo, opção sexual, feitio, etc. a liberdade de escolha é negada. A liberdade de assumir perante a sociedade que se amam e querem viver juntos acedendo aos mesmos direitos, deveres e garantias não lhes é permitido.
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11 comentários:
A primeira ..aiii...
Bem amigo tudo o que dizes é uma verdade tão grande que não dás hipótese de dizer mais grande coisa.
É bem verdade que o governo digamos de passagem só se mete onde não é xamado e quando se mete em alguma coisa é pa fazer M...a.
Desculpa mas é a realidade e NÓS, que podemos fazer perante tudo isso ?Fala-se em blogs falamos uns com os outros mas nunca se xega a lado nenhum .Enfim longa mat´ria aqui...por isso migo sigamos em frente, onde xegaremos não sabemos...
Beijinho prateado
SOL
Jguerra;
Concordo inteiramente com o teu ponto de vista. O estado pura e simplesmente continua a negar a liberdade de escolha de duas pessoas do mesmo sexo casarem e terem os mesmos direitos de um casal heterossexual. Como se já não bastasse a hipocrisia de grande parte da sociedade e o total desacordo da Igreja perante este assunto...
Elegi o teu blogue como um dos vencedores do prémio Dardos. Espero sinceramente que gostes. Afinal, encontraste na minha lista de leitura "bloguista".
Abraço
Meus caros, como já disse noutro lugar, a sociedade tem, e terá sempre, muitas hipócrisias. Infelizmente é assim.
Quanto ao prémio, meu caro mr. lynch é com muito agrado que o recebo. Fiquei muito contente e satisfeito. De um certo modo é um reconhecimento do que procuro fazer, apesar de ser bem pouquinho.
E aproveito para dizer que também bem o mereces.
Apetece perguntar quando é que vão legislar no sentido de intervir nos casamentos entre pessoas de sexo diferente, em que os valores de respeito e dignidade não se cumprem, sendo os filhos as principais vítimas...
Abraço
Afinal são duas almas que se amam , não são os sexos que estão em causa!Tanto preconceito!!Como se leis justificassem as escolhas de cada ser, até revolta!
Passa no Templo, tens lá o Prémio Dardos, não me esqueci de ti, apesar de ter sido eu a andar fugida hehe
Magnetikiss;)
Meu querido irmão
Perfeito teu post. Um dia, eu espero, as coisas vão mudar e todos serão vistos com os mesmos olhos.
Pérolas incandescentes de carinho amigo entrego a ti.
Eärwen
Penso às vezes: porque se preocupa com a Igreja ou com o que pensa a Igreja quem lhe é indiferente? Querer ter um casamento nos mesmos moldes parece-me exótico. Querer ter direito a igualdade de direitos na união que se estabelece, perfeito. Agora que se chame casamento ou não, é-me indiferente. Não penso casar-me com o homem que amo mas quero ter os mesmos direitos do meu irmão e da minha cunhada. Estou à vontade porque ainda por cima sou ateu. Mas acho que as piniões de qualquer igreja interessam aos seus fiéis. A mim... nada. "Mas não percebes que são um lobby??!!" Claro que percebo mas, usando as palavras do livro deles: a César o que é de César, a Deus o que é de Deus, terá dito o Cristo. Perfeito!!
António Figueiredo Lopes
Oie lindinho! É incrível como os tempos avançam, a ciência também, e certos assuntos como a homossexualidade, continua no século passado. Ainda vemos bareiras, preconceitos e tantas coisas absurdas. Eu sou de opinião que quem tem o que é seu, dá a quem quer. (Desculpe ser tão direta). E o estado nada deveria ter com isso.
Beijos
Olá Amigo
E o raio de decreto agora aprovado pelo PR no que diz respeito ao Divórcio?! Acho que essa gravata ficava mesmo a condizer!
Um Abraço
Oie lindo! Boa semana! Beijos
Havera alguem capaz de descubrir algo como amor incondicional dentro da igreja catolica ???
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