segunda-feira, agosto 20, 2007

"Promessas Matrimoniais" (de Mario Quintana)


Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja,com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:

“Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe.”

Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:

Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
Promete se deixar conhecer?
Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declara-os maduros

(reencaminhado pela Cris, mas encontram também aqui: http://www.reservaer.com.br/licoesdevida/promessasmatrimoniais.html)

14 comentários:

Anónimo disse...

A respeito desse texto existe/existia uma polêmica sobre ser ou não da autoria do Mário Quintana. Descobriu-se depois a autora: Martha Medeiros, e parece não haver dúvida quanto à autoria. Consta que na net esse texto aparece como sendo da verdadeira autora em apenas 26 sites, ao passo que atribuído a Mário Quintana é constado em 139. Quintana viveu quase toda a sua vida em Porto Alegre, onde morreu.
Martha Medeiros também é gaúcha, de Porto Alegre. Outros autores nossos, como o Luis Fernando Veríssimo, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles (os que me ocorrem agora) também já tiveram seus nomes ligados a 'incicentes' como esse.

Não sei se já sabias dessa divergência relacionada ao Mário Quintana, mas achei interessante colocar aqui.

Polêmica a parte, quer seja do Quintana ou da Marta, trata-se de um excelente texto, traduzindo as reais 'promessas' que podem/devem ser feitas na atualidade, à vista dos conceitos que hoje se processam nos relacionamentos de forma tão dinâmica.

As férias já acabaram? Ou a saudade disso aqui se faz mais forte? Tenho um amigo que costuma classificar de 'doce vício' o mundo blogueiro. Ele, mesmo estando em férias, não consegue se desvencilhar e em qualquer oportunidade está acessando a net para postagens ou visita aos amigos. É claro, com os devidos protestos da família que se sente preterida (risos).

Deixo-te pétalas perfumadas e um beijo no coração, com votos de que dias lindos te cheguem por aí.

®efeneto disse...

Amizade é somar confiança,
Dividir alegrias,
É certeza da presença amiga
Apesar da distância.
Amizade é como a nossa.
É a certeza da mão estendida.
A cumplicidade que não se explica,
Apenas se vive!
Bom fim-de-semana
Na melhor companhia...

Abraço/beijo de amizade...

(amigo Joaquim, soltamos um artigo seu no Almas...Abraço.)

Anónimo disse...

Não encontrando nova postagem, estou deixando pétalas perfumadas de uma linda rosa azul, um beijo no coração, e votos de um domingo de alegria e paz junto aos teus.

Vou ao Almas... ver a postagem.

P disse...

Espero que as férias estejam a correr bem.
Abraço

Zorze Zorzinelis disse...

There is no if, lembro-me agora desta música dos The Cure!

Eärwen disse...

Meu vôo hoje, aqui , é para convidar-lo para ir ao meu mundo recolher a pérola especial que existe para você.

Com carinho.

Eärwen
30.08.07

Anónimo disse...

Excelente post! Há muito que tenho a mesma opinião relativamente aos sermões dos padres.Muitas vezes as pessoas confundem ciúme, possessividade e sacrifício com Amor. Enquanto não percebermos que Amor e Liberdade são valores indissociáveis nunca teremos a possibilidade de sentir verdadeiramente o que é amar.As pessoas quando iniciam uma relação nunca deveriam deixar de fazer as coisas que até então lhes dão prazer.Esta atitude leva à auto-anulação e contribui para a infelicidade da pessoa e da outra que está com ela. Afinal, quanto mais nos valorizarmos, melhores condições teremos para DAR à pessoa com a qual mantemos uma relação e consequentemente recebermos mais dela.Daí a importância de conseguirmos a nossa tranquilidade interior.Assim,torna-se imperativo respeitar o espaço um do outro nunca esquecendo de sermos honestos e verdadeiros connosco e com os outro.
Acho que gostarias de ler um post que publiquei em 23 de Julho no blogue Astro-Reiki cujo título é "Amor e Liberdade - Valores Inseparáveis!". Fica bem!

jguerra disse...

Olá. É verdade, quanto à polémica para a autoria, apenas "vendi o peixe ao preço que o comprei"... Ele foi-me enviado por mail por uma amiga, acho que ela foi ou estava enganada também. Mas nada de grave, felizmente.

Quanto ao blog, antes de sair deixei vários posts prontos e uma amiga foi soltando-os. Claro que mal tinha oportunidade vinha dar uma espreitadê-la, mas não dava mesmo para postar.

Um abraço.

jguerra disse...

Eu concordo tb perfeitamente com o autor do texto (seja ele Mário Quintana ou Martha Medeiros). Quando nos casamos pergunto se temos suficiente maturidade para realmente perceber o que é o amor, o que o casamento realmente implica... e depois é ver cada um a ir para o seu lado.

jguerra disse...

Minha cara Célia... não encontro a morada do blog... mande-ma por favor. Já lá estive e comentei até... mas não anotei!

Anónimo disse...

Olá Joaquim! Aqui fica o endereço do blogue:
http://www.mestreviktor.blogs.sapo.pt

Saudações Uranianas.

jguerra disse...

Obrigado Célia.

Lusia Carvalho disse...

nossa esse texto e otimo
e se nos conseguirmos fazer isso ao pé da letra pode- se dizer que isso seria o casamento perfeito
e todos nos bscamos por isso

Unknown disse...

É de uma riqueza de palavra o texto que não tem nem o que comentar..